Quem sou eu

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Uma alma morta porém ressuscitada. Um soldado maníaco com uma metralhadora que cospe fogo e palavras. E nas guerras das palavras eu sou veterano. Eu sou o homem-tigre. Somewhere in hell, i'm still typing.

domingo, 31 de maio de 2009

EU SOU ELVIS PRESLEY


Eu sou Elvis Presley. O Elvis das letras. É, eu sei, soa pretensioso pra caralho, mas é verdade. No que me propus a fazer com essas letrinhas miúdas e pretinhas, fiz como Elvis. Entrei nos estúdios da Sun e, com um pouco de insegurança, disse:
Não me pareço com ninguém.
Como Elvis, eu estava errado.
O garoto caipira de Tupelo quis não se parecer com ninguém, mas escolheu pra debutar com uma canção de Ella Fitzgerald interpretada como Dean Martin. Pois é. Meu caro Elvis, nem sempre você foi original. Diabos, aos 18 anos ninguém é original. Mas voltando ao MEU umbigo... eu também me parecia com um monte de gente; também queria não me parecer com ninguém.
Peguei aquelas pilhas de livros e hordas de autores e fiz a minha saladinha particular de assombrações. Às vezes, eu cuspia Byron na fuça da cidade. Às vezes, mandava uma escarrada de Bukowski a plenos pulmões. Outras vezes, rascunhava o próprio Elvis nos parágrafos.
Assim, aos trancos e barrancos, com mil disfarces e cinco mil fantasias, segui em frente, querendo não me parecer com ninguém e me parecendo com todo mundo. Pois é. A verdade é que todo mundo se parece com todo mundo. Mas pelo menos eu me parecia com todo mundo que estava MORTO, o que me garantia um bom pedaço no palco do egocentrismo. A coisa fica um tanto quanto chata quando nos parecemos com todo mundo que está vivo.
Mas eis que... BANG! Como Elvis, lá estava eu, conseguindo, conseguindo! Finalmente, não me parecia com ninguém. Foda-se Byron, foda-se Bukowski, foda-se Elvis, foda-se Nelson Rodrigues e Machado de Assis. Agora, eu era só eu (e uso e abuso dessa palavrinha maravilhosa de duas letras: eu, eu, eu). E nisso me parecia com Elvis: não me parecia com ninguém. Demorou, mas aconteceu.
Está vendo como não há pretensão alguma nisso? Quando digo que sou o Elvis Presley das letras, não estou perdendo tempo com essa baboseira de rei, maior do mundo, melhor que todos, ser supremo ou coisa que o valha. Me pareço com Elvis porque me pareço comigo. Porque conquistei a minha voz. A minha maneira. My Way.
Aqui estou, cara. Sozinho, comigo mesmo. Com minhas próprias letrinhas cuspidas, escarradas, cagadas e por vezes encantadas. E são as MINHAS letrinhas. Não alguma cópia carbono de algum estúpido fantasma ou – pior ainda – de um vivo débil mental que perde tempo por aí.
Alguns dizem que é coisa da idade. Pessoalmente, DETESTO esse papo de idade, nem pra cima nem pra baixo. Como disse o meu Orkut, toda geração se acha mais inteligente que a anterior e mais sábia que a seguinte. Por isso, idade é papo furado. Outros dizem que tem a ver com experiência. Coisa que também não faz muito sentido, pois você pode ter toda a vivência do mundo e continuar sendo o mesmo paspalho de sempre. Seja lá como for, é muito bom quando você consegue falar com sua própria voz. ESCREVER com suas próprias letrinhas. É infinitamente melhor do que falar, escrever e gozar com fantasmas de pano de chão, por mais grandiosos que esses fantasmas sejam.
Ser Elvis Presley (ou Daniel Frazão, escolha o nome que soar melhor) é um paradoxo. Assim como aconteceu com o pobre Elvis quando se afastou dos holofotes para servir ao exército, agora que saí de cena desponta a enxurrada de Fabians, Paul Ankas e Pat Boones, querendo fazer igual e querendo não se parecer com ninguém. Ai, meu saco...

4 comentários:

  1. Elvis é o máximo, com uma voz que entra na
    Alma, e lá fica para sempre.
    Ele queria apenas ser ele, cantar, dançar,
    mas a fama, o dinheiro, e o que mais lhe proporcionou o seduziu, ele não aguentou,
    tanta fama, assédio, dinheiro, etc...
    Para aguentar começou sua triste destruição,
    que o levou a seu triste fim.
    Será eterno para mim, como um grande e
    maravilhoso intérprete e cantor.
    Daniel gostei muito do seu blog, você escreve muito bem.
    Já tinha ouvido falar de você, por uma grande
    fã sua, a Márcia sua mãe, que eu gosto muito
    e tenho muita estima, e que também é uma grande escritora.
    Desejo muitas felicidades para você,e na sua
    carreira promissora.
    Um Beijo.
    Fique com Deus. muita luz e muita paz no
    seu coração.
    vevefeo.
    http://vevefeo@blogspot.com

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  2. ahhh queria parecer Clarice...simplismente sensacional...mas na falta de poder parecer ...sou!!! rsrsrsr...lindo querido...perfect!

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  3. Bom...no começo imitamos querendo ou não querendo nossas influências artisticas que forão plantadas dentro de nós quando entramos em contato om elas.Depois de um tempo começamos por meio do amadurecimento artistico e pessoal á andar com nossas próprias pernas.Elvis tinha as suas influências como todo homem mortal,mas quando achou o caminho das pedras,conseguindo fazer as coisas por si só,ele mostrou que quando disse a secretária de Sam Phillips que não soava parecido com ninguém...ele não estava sendo pretensioso,mas estava falando á sério,Até hoje ninguém conseguiu soar como ele,e não falo das pobres imitações que pelo século XX á fora como até hoje rolam po ai..afinal quem não quis ou não quer ser Elvis Presley?John Lennon disse:-Eu queria ter sido duas coisas,o autor de Alice no País das Maravilhas, e gostaria de ter sido "Elvis Presley"!Enquanto a maneira que escreves Daniel...achei muito boa,tens talento para a escrita.Abraços poéticos.

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  4. Amo Elvis Presley assim como amo a boa literatura.

    http://eltondasneves.blogspot.com.br

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